Indiana Dias no Parque das Neblinas

_MG_0155O Parque das Neblinas é uma feliz surpresa que se espalha entre Mogi das Cruzes e Bertioga, onde fica a sede. É uma demostração da força da natureza, uma área privada que foi desmatada décadas atrás para fornecer carvão vegetal para uma indústria, que então passou a plantar eucaliptos, também pelo carvão. Em algum momento, acho que entre a década de 70 e 80, a Suzano comprou a região pensando em produzir celulose, mas regras ambientais mais rígidas a fizeram desistir do empreendimento.

_MG_0118Com o abandono da área a vegetação da Mata Atlântica voltou a ocupar o lugar, provavelmente pela expansão natural da floresta que ocorre quando os animais cruzam as fronteiras imaginárias entre a mata nativa e a plantação de eucaliptos. Vendo o belo resultado, a Suzano decidir financiar uma ONG, Instituto Ecofuturo, para tomar conta do lugar. Para os trilheiros, isso significa mais uma área próxima à São Paulo para ter contato com o verde e esquecer a semana atribulada.

_MG_0102O passeio do último domingo começou na sede do parque, onde um café da manhã leve nos espera pela manhã, com suco da Palmeira Juçara. Para quem, como eu, já está começando a perder os cabelos, Juçara era o tipo de palmito que consumíamos quando éramos crianças e que hoje não é mais vendido. Temos que nos contentar com o pupunha, muito menos saboroso, mas mais ecológico.

_MG_0119A trilha é em mata fechada, muito bem sinalizada e com vários itens de “conforto”, como pontes e caminhos em madeira para ajudar na caminhada. Durante todo o percurso somos apresentados às pegadas deixadas pelos animais, fauna nativa e ao trabalho de reinserção da Palmeira Juçara. Há muitos cursos d’água no caminho e durante todo o percurso é possível ver o Rio Itatinga, que corre direto para o mar.

_MG_0185O Rio Itatinga é um espetáculo a parte, pelas águas límpidas, frescas (geladas!) e o fundo de pedras. Em um trecho da trilha os grupos se separam, uns seguindo adiante a pé e outros de canoa. Eu fui com o grupo de canoa, remando em dupla. Já havia feito rafting, mas nunca havia remado em águas calmas. É bem mais complicado, manter a canoa em linha reta foi quase impossível e muito divertido. É uma experiência que preciso repetir.

_MG_0199Com a intenção de nos colocar ainda mais em contato com a natureza, o Instituto Ecofuturo ainda criou vários caminhos ligando as copas das árvores. Pois é, tive que engolir o medo de altura e caminhar em pontes penduradas vários metros acima do solo. O passeio é tão relaxante que em nenhum momento fiquei ansioso por estar tão alto, me senti muito bem e já tenho planos de fazer arvorismo novamente.

_MG_0106 Na volta à sede do parque tivemos a oportunidade de tomar um banho (algo raro em trilhas) e almoçar toneladas de boa comida, preparada apenas com temperos naturais. Como sempre acontece quando saímos das grandes cidades, o feijão tinha um caldo grosso que nem precisaria do arroz para contê-lo no prato. Faz todo o sentido colocar mais água no feijão para as visitas quando o caldo é assim grosso. O frango sequinho lembrou o que minha avó fazia.

Não posso deixar de comentar os novos amigos que fiz nessa viagem, que mal voltaram para suas casas e já começaram a planejar novas saídas. Definitivamente me encontrei no ecoturismo e recomendo esse parque em particular por disponibilizar tantas atrações diferentes no mesmo passeio.

 

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