Indiana Dias e o Pico dos Marins

_MG_0325O último final de semana de março marcou minha volta à Serra da Mantiqueira. Após um belo Carnaval na Bocaina, nada melhor do que conhecer uma nova montanha durante a preparação para a Travessia da Serra Fina. Essa subida teve um sabor especial porque é a primeira montanha que Mayra e eu subimos juntos e a primeira dela.

_MG_0271O tempo estava excelente, um calor gostoso que não castigava tanto. O início da trilha foi bem gostoso, mesmo com os litros extras d’água. Eu levei 5 litros e ainda todo o peso da barraca, mas me senti muito bem. Não dividi a peso da barraca com Mayra porque era minha chance de testar o preparo físico. Foi uma boa idéia, porque ela sentiu a subida e chegou um pouco abalada no acampamento base. Eu me lembrei da minha primeira travessia, da Ponta da Joatinga, onde sofri bastante mesmo tendo uma variação de altitude muito menor.

_MG_0278No caminho conhecemos Milton, um guia local que nos explicou a importância de cuidar da trilha, fazer manutenção constante e trazer seu lixo de volta. Logo após nos despedirmos pudemos ter contato com as escadas feitas para reduzir a erosão causada pelas águas que passam no solo pisoteado. É um ponto de mata e sombra, onde o esforço físico começa a aumentar, mas a proteção das árvores ainda ajuda.

_MG_0274O caminho até o acampamento base, antes do ataque ao cume, foi cansativo e Douglas, um dos guias, foi como um anjo para Mayra, que sofria de dores nos braços (uma inflamação que começou ao longo da semana) e não tinha muitas forças com os bastões e para subir nas pedras. No acampamento base logo começou a chover granizo e decidimos algumas barracas. Montar minha barraca na chuva foi rápido na chuva foi rápido, mas ficou encharcada por dentro. Por sorte conseguimos secá-la com algumas toalhas leves que levamos e pudemos nos proteger. Com o fim da chuva algumas pessoas resolveram atacar o cume e nós ficamos para trás para desmontar o acampamento. Com a demora Mayra começou a dar sinais de hipotermia e decidi que era hora de desistir do cume, pelo menos no sábado, e aquecê-la. Roupas secas, isolante, saco de dormir, pão com Nutella e chameguinho funcionaram bem e ela recuperou as energias e o bom humor rapidamente.

_MG_0340Tivemos uma boa surpresa de madrugada quando a via láctea deu as caras no céu limpo do Marins. Não deu para tirar foto porque não havia onde apoiar a câmera com o chão encharcado. No dia seguinte pudemos ver o mar de nuvens, secar as roupas e levantar acampamento para subir ao cume. Fizemos sem mochila e não foi menos desafiador. Havia muitos pontos expostos, mas enfim chegamos ao cume e dessa vez pudemos ver uma oceano de nuvens. A volta foi cansativa, os joelhos sentiram um pouco, mas estou feliz por ter conhecido mais uma montanha. Agora é juntar os cacos e me preparar para voltar ao Capim Amarelo em duas semanas.


4 thoughts on “Indiana Dias e o Pico dos Marins

  1. Obrigada amor por ter me acompanhado nessa nova experiência. Espero que possamos conhecer muitas montanhas juntos.
    Obrigada por ter cuidado tão bem de mim.
    Adorei o post.

  2. Estou sentindo o efeito do Marins até hoje. Embora com todo o ocorrido, as dores e tal, adorei a experiência. Nas próximas irei me preparar melhor.
    Gratidão ao meu anjo da guarda Douglas Bezerra, ao Luiz Zortea e ao Daniel que me ajudaram bastante.

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