Ansiedade pode levar a escolhas ruins porque atrapalha todo o processo de decisão. É preciso pensar com calma (não confundir com lentamente), ponderar e montar o argumento de decisão para enfim… decidir.
Imagine fazer isso sobre pressão, com um chefe, familiar ou colega cobrando. Mesmo as pessoas de pensamento rápido (falei para não confundir) e/ou com experiência no assunto em questão pode errar por não seguir seu processo mental completamente. A ansiedade causa uma pressão interna, independente da causa desse sentimento, que aumenta em muito as chances de falha porque você se sente forçado a usar atalhos mentais que não conhece, escolher novos caminhos que não sabe para onde vão.
Claro que é possível treinar para passar bem por essas situações. Me lembro que quando estava estudando para o vestibular, fazia muitos exercícios, mesmo de temas que dominava, para aumentar a velocidade de resolução. Eu queria ter certeza que teria tempo para rever as repostas no final, preencher o gabarito com calma e voltar calmamente para aquelas questões realmente difíceis, que de outra forma eu simplesmente chutaria. Isso me permitiu faz todas as provas com calma.
Acredito, portanto, que experiência é um remédio contra ansiedade.
De onde esse papo todo surgiu? Durante a leitura de um longo paper que usarei na minha dissertação de mestrado, acabei pulando um pedaço pequeno, porque queria acabar dois papers no mesmo dia. Ocorre que pulei exatamente o pedaço relacionado à minha pesquisa. O trabalho tinha vários testes e não estava realmente interessado em todos.
Pular foi uma escolha? Sim, mas o pior é ter atrapalhado o andamento do meu trabalho, porque não percebi isso no mesmo dia. Escolhi ficar em casa estudando e continuo com a ansiedade de quem não tem tempo livre. Que bobagem. Por hora, acho que aprendi.