No feriado de 7 de Setembro fui ao Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, perto de Cuiabá, Mato Grosso. Foram três dias muita caminhada, calor, novas amizades e muitas risadas.
O primeiro dia, 5 de Setembro, foi o mais puxado. Acordamos cedo, ainda em Cuiabá, e fomos direto para a trilha que leva à Crista do Galo. Não era o programa original, mas a trilha do Morro do Jerônimo estava fechada devido aos incêndios. Fazia meses que não chovia na Chapada. Essa trilha que fizemos foi a mais longa, entre 12 e 14 Km, debaixo de um Sol de 40 graus, praticamente sem sombra e muita areia fofa.
Me senti um tuaregue caminhando no deserto, parando nos cursos d’água existentes para me refrescar e beber água (tem gente em Sampa que não bebe nem da torneira) e aproveitando os poucos pontos de sombra existentes. Errei na quantidade de água, levei dois cantis pequenos ao invés do grande, não enchi totalmente no último curso d’água e passei sede na volta. O cantil era como um saco e o espremi, faltando ainda alguns quilômetros, tentando achar um pouco d’água. Cheguei ao final, cruzando a rodovia, me sentindo um sobrevivente. Já estava esquecendo… uma colega de viagem caiu de um tronco ao atravessar um rio e cortou a perna, mas no final ficou bem. Foi um ferimento superficial, mas que valeu uma declaração de amor da namorada.
No final do dia fomos à bela cidade de Chapada dos Guimarães, onde o centro fica ao redor de uma pracinha aconchegante. Se durante a trilha um calo mal cuidado me atrapalhou o caminho inteiro, na pousada descobri que ele havia sido arrancado pelo atrito. A dor passou, a fome bateu, comi uma bela tapioca, um sorvete local e fui dormir.
O segundo dia foi em um circuito de cachoeiras, bem mais leve do que dia anterior, com chão duro e com mais preparo. Levei bastante água, protegida em uma luva de neoprene para ficar fresca e os pés estavam ótimos. Me diverti muito, mesmo não uma criatura aquática. A sorte é que os rios não eram fundos, então dava para chegar até as cachoeiras numa boa. A volta foi rápida, caminhando como um Uruk-hai, passos rápidos e sem parar muito para sair rápido do Sol. Um amigo que viajou conosco teve que ser resgatado de caminhonete com exaustão e taquicardia, mas duas horas depois estava melhor. E sabe o cara que se machucou no primeiro dia? Fez uma cerimônia de casamento em uma das cachoeiras. Show!
O terceiro dia foi bem tranquilo, com trilhas leves, muita sombra e cavernas. Tinha ido passear no PETAR e já estava com saudade de entrar em grutas e cavernas. Não tivemos tanta liberdade porque haviam muitas áreas fechadas, por preservação e segurança, mas ainda assim era muito bonitas. Me senti o Indiana Jones. Aliás, como havia comprado um chapéu de lona, era o próprio Indiana Dias. O final do dia começou (sim, começou) com um belo almoço. O feijão era tão grosso que nem precisava de arroz. Bem diferente da comida aguada dos restaurante de São Paulo. Mais um banho de cachoeira e nos despedimos da Chapada.
Na volta o ônibus quebrou antes de Cuiabá, o que nos deu mais uma hora de papo antes de chegar ao hotel. Me despedi do Mato Grosso na madrugada do dia 8, com vontade de ficar mais uma semana. Grupo de Whatsapp montado, agora é curtir os novos amigos e marcar mais uma viagem.