Os dias 14 e 15 de maio marcaram minha volta ao Parque Nacional do Itatiaia, onde eu já havia dado uma passada para conhecer a Pedra do Altar. É uma região fabulosa e dessa vez decidi subir o famoso Pico das Agulhas Negras e o nem tão conhecido Maciço da Prateleiras. Adianto que ao não pesquisar muito sobre a viagem, para ter uma surpresa, me deparei como momentos extremamente desafiadores. Acho que pensaria duas vezes antes de fazer a viagem, então é melhor continuar com a tática de só saber o mínimo.
O Pico das Agulhas Negras é difícil, cansativo, mas nada impossível. Não subiria sem ter passado pelo rapel de dezembro, quando aprendi que o medo de altura não precisa desaparecer, apenas ser enfrentado. Houve alguns momentos de escalaminhada e até uma escalada com cordas. É complicado passar por todos os pontos com uma câmera pesada, então não tenho muitas fotos do caminho. Acho que já é hora de arranjar uma companheira mais leve para esses passeios.
O visual do Pico é fascinante. Ver as nuvens se formando e cobrindo ao redor é incrível, como um Deus observando os mortais de cima do Olimpo. É como a gente se sente ao vencer o desafio da subida. Já tenho duas viagens marcadas para voltar ao parque, uma delas para comemorar meu aniversário.
No dia 15 fomos ao Maciço das Prateleiras, um conjunto de rochas que só conhecia de nome e até achava que era algo leve, para relaxar da subida do Pico das Agulhas Negras. De cara estranhei o relato de Jacqueline, no dia anterior, que parecia um pouco traumatizada com a subida que fez quatro anos antes e pensava em desistir. Depois ouvi Guga, nosso guia, dizendo que o Maciço é menos cansativo, mas estaremos bastante expostos à altura por todo o caminho. Ele adiantou que a parte psicológica era o que pegava nas Prateleiras.
Nunca passei por tanto pavor em uma trilha. Parecia que a cada cinco metros, ou menos, tinha um obstáculo maior que meu medo de altura. Durante todo o trajeto me veio a mente que era hora de parar e esperar o pessoal voltar. Vi Carol, que não costuma demostrar medo algum, travar em alguns pontos. Jacqueline parecia querer desistir nos mesmos pontos que eu. Ao final vencemos. Superando cada fenda, subindo em cada pedra, escorregando pelas rampas, usando cordas e subindo agachados, chegamos ao topo. Um dos momentos mais felizes da vida, por toda a superação.
Subir o Maciço das Prateleiras foi tão psicologicamente desgastante que me encolhi para fugir do vento frio e cochilei levemente. Acordei com umas das meninas perguntando “O Piter está dormindo?”. Acordei e respondi que estava apenas me protegendo do frio, mas me sentia mentalmente exausto e preparava a cabeça para a descida. Na volta para casa, na van da excursão, sentia vertigens com a lembrança do Maciço. Me perguntava se faria algo do tipo novamente. Hoje, três dias depois, estou quase fechando uma viagem ao Escalavrado.
O barco os personagens e os cavalos da frente! Todas as pedras no monumento às Bandeiras do Ibirapuera estão representadas. / / Junho/2017
Vocês fizeram uma excursão maravilhosa, e pelas fotografias que vocês tiraram no pico das Prateleiras, pude perceber que estás pedras monumentais possuem o mesmo DNA” do monumento às Bandeiras no Ibirapuera !
Em breve estaremos no Agulhas Negras!!! Parabéns pelo seu blog! Dá para sentir a emoção em ler o seu relato!!! Belíssimas fotos!!!
Adorei, parabéns vc consegui em poucas palavras relatar o belo passeio que fizemos!