Ainda que não tenha conseguido fazer o post da Trilha das Sete Praias, em Ubatuba, resolvi acelerar o escrever sobre a aventura desse sábado, o Pico do Itaguaré. Ele é um desses gigantes da Mantiqueira, ainda que seja um dos irmãos menores. Parece baixinho do Pico das Agulhas Negras ou a Pedra da Mina, mas ainda é o 18º ponto culminante do Brasil, com mais de 2300 metros de altitude. Já adianto que não assinei o livro, pois não estava inspirado para vencer a exposição às quedas no trecho final. Bateu uma certa vertigem e achei melhor não arriscar travar em local inadequado e atrapalhar o passeio das meninas (Isabel, Josi e Vitória, todas de Botucatu e que conhecemos por lá) que decidiram assiná-lo.
Foi uma viagem longa partindo de São Paulo, saindo direto do trabalho, para Passa Quatro, em Minas Gerais, com uma parada rápida para o jantar. São Pedro nos ajudou durante todo o tempo e não pegamos chuva. Fomos Isabel (sim, tinha duas), Renata, nossa motorista Solange e eu. Nesses tempo conectados é muito difícil ficar sem aparelhos de celular e eles nos deixaram na mão em vários momentos. Saindo da Dutra e entrando em Passa Quatro começamos a ficar sem sinal e nos sentimos bem perdidos. Por sorte Guto, nosso guia da Mountain Trekkers Aventuras, ficou conectado direto e nas poucas áreas com sinal nos indicou o que fazer. Ele é famoso entre os guias da Mantiqueira, super simpático, seguro e dorme cedo. Só temos a agradecer toda a atenção.
A trilha começa em mata fechada e se estende montanha acima por cerca de duas horas. Vitória é uma bióloga e dialogava muito com Guto e Isabel sobre as plantas que víamos no caminho. Entre nomes populares e científicos, essa dinâmica foi bastante divertida e ajudou-nos a não pensar no esforço da subida. Eu, um mero mortal, gostei bastante dos frutos do Mickey encontrados por Josi. Há duas versões, com e sem nariz, e os vimos durante todos o trecho de mata. Há dois ou três pontos d’água (não me lembro direito), então não há necessidade de subir pesado todo o caminho.
Passando pela floresta começa um trecho de rochas, os grandes maciços que vemos no Itatiaia e nas fotos do Itaguaré. É o momento que esperava porque esse visual rochoso é o que mais me atrai à Serra da Mantiqueira. A subida tem que ser cuidadosa, muitas vezes rente às paredes do Itaguaré e tentando não escorregar nas diversas partes úmidas. Não há um rio caudaloso na subida final, mas das águas da montanha nascem riachos na base e essas águas escorrem pelas pedras deixando-as um pouco escorregadias. É uma subida gostosa, que pede algum fôlego, flexibilidade na hora de levantar as pernas e uma boa pegada na rochas.
Chegando ao topo do pico, descansamos um pouco e começamos a falar da assinatura do livro. Eu super me amarrei à idéia e fui um dos primeiros a pedir. Infelizmente tive uma vertigem antes da primeira fenda. Não parecia uma passagem muito difícil, mas ao ver aqueles grampos e chapeletas por todo o lugar o coração começou a acelerar e as pernas ficaram bambas. Era a hora de tirar foto de quem passou e parar. As meninas disseram que o caminho não melhora, então fica para uma próxima. Quem sabe não assino quando decidir fazer a Travessia Marins-Itaguaré?
É um passeio que recomendo a todos que gostam de aventura e de natureza. Sensacional!