O último final de semana de março marcou minha volta à Serra da Mantiqueira. Após um belo Carnaval na Bocaina, nada melhor do que conhecer uma nova montanha durante a preparação para a Travessia da Serra Fina. Essa subida teve um sabor especial porque é a primeira montanha que Mayra e eu subimos juntos e a primeira dela.
O tempo estava excelente, um calor gostoso que não castigava tanto. O início da trilha foi bem gostoso, mesmo com os litros extras d’água. Eu levei 5 litros e ainda todo o peso da barraca, mas me senti muito bem. Não dividi a peso da barraca com Mayra porque era minha chance de testar o preparo físico. Foi uma boa idéia, porque ela sentiu a subida e chegou um pouco abalada no acampamento base. Eu me lembrei da minha primeira travessia, da Ponta da Joatinga, onde sofri bastante mesmo tendo uma variação de altitude muito menor.
No caminho conhecemos Milton, um guia local que nos explicou a importância de cuidar da trilha, fazer manutenção constante e trazer seu lixo de volta. Logo após nos despedirmos pudemos ter contato com as escadas feitas para reduzir a erosão causada pelas águas que passam no solo pisoteado. É um ponto de mata e sombra, onde o esforço físico começa a aumentar, mas a proteção das árvores ainda ajuda.
O caminho até o acampamento base, antes do ataque ao cume, foi cansativo e Douglas, um dos guias, foi como um anjo para Mayra, que sofria de dores nos braços (uma inflamação que começou ao longo da semana) e não tinha muitas forças com os bastões e para subir nas pedras. No acampamento base logo começou a chover granizo e decidimos algumas barracas. Montar minha barraca na chuva foi rápido na chuva foi rápido, mas ficou encharcada por dentro. Por sorte conseguimos secá-la com algumas toalhas leves que levamos e pudemos nos proteger. Com o fim da chuva algumas pessoas resolveram atacar o cume e nós ficamos para trás para desmontar o acampamento. Com a demora Mayra começou a dar sinais de hipotermia e decidi que era hora de desistir do cume, pelo menos no sábado, e aquecê-la. Roupas secas, isolante, saco de dormir, pão com Nutella e chameguinho funcionaram bem e ela recuperou as energias e o bom humor rapidamente.
Tivemos uma boa surpresa de madrugada quando a via láctea deu as caras no céu limpo do Marins. Não deu para tirar foto porque não havia onde apoiar a câmera com o chão encharcado. No dia seguinte pudemos ver o mar de nuvens, secar as roupas e levantar acampamento para subir ao cume. Fizemos sem mochila e não foi menos desafiador. Havia muitos pontos expostos, mas enfim chegamos ao cume e dessa vez pudemos ver uma oceano de nuvens. A volta foi cansativa, os joelhos sentiram um pouco, mas estou feliz por ter conhecido mais uma montanha. Agora é juntar os cacos e me preparar para voltar ao Capim Amarelo em duas semanas.
Olá Piter ótimo relato. Parabéns pela as conquistas.
Abraços Gus
Parabéns pela conquista
Belo relato e as fotos
Sobe o morroooooo
Bjs
Obrigada amor por ter me acompanhado nessa nova experiência. Espero que possamos conhecer muitas montanhas juntos.
Obrigada por ter cuidado tão bem de mim.
Adorei o post.
Estou sentindo o efeito do Marins até hoje. Embora com todo o ocorrido, as dores e tal, adorei a experiência. Nas próximas irei me preparar melhor.
Gratidão ao meu anjo da guarda Douglas Bezerra, ao Luiz Zortea e ao Daniel que me ajudaram bastante.