Noah está cada vez mais falante, na idade dos porquês e ainda enrolando algumas palavras. Até tive uns diálogos longos com ele, mas os que consigo anotar são os curtinhos.
Quando Noah faz algo errado e não ficamos bravos, nós falamos que está tudo bem. Um dia ele estava caminhando pela sala com um pedaço de papel higiênico (limpo!!!) nas mãos.
Noah – Está tudo bem.
Papai – O que está “tudo bem”?
Noah – Eu peguei um papel e não podia pegar um papel.
Papai – Você faz errado e depois fala que está tudo bem?
Noah só dá um sorriso silencioso e vai brincar de limpar o bumbum dos bichinhos.
Raspei a cabeça durante o dia e à noite coloquei o Noah para dormir. Só havia um abajur ligado e ao que parece iluminava bem minha cabeça.
Noah – Parece uma tatauga
Papai – O que parece uma tartaruga?
Noah – Papai parece uma tatauga.
Papai – Minha cabeça?
Noah – A cabeça do papai parece uma tatauga
Bom, acho que raspei bem a cabeça e que ele consegue comparar coisas bem diferentes.
Estou no trono, bem ocupado. A porta está fechada e Mayra está com o Noah. De repente ele abre a porta, olha para mim e começa:
Noah – Ô papai.
Papai – Oi.
Noah – Você está aqui?
Papai – Estou
Noah – Tá
Ele vai embora como se esses 5 segundos não tivessem existido.
Noah está na idade dos porquês.
Noah – Cadê minha joaninha?
Papai – Não sei.
Noah – Por que você não sabe?
Papai – Porque foi você quem guardou.
Claro que tive que procurar.
Estávamos caminhando da portaria para nosso prédio quando começa uma chuva de verão. Eu o pego no colo e começo a correr.
Papai – Está chovendo muito.
Noah – Nossa, está chovendo muito. Papai, me protege.
Eu me senti o super pai.
Comprei uma bicicleta de equilíbrio para o Noah e logo se tornou o brinquedo preferido. Um dia estávamos no condomínio e tivemos esse diálogo no carro:
Papai – Você vai andar de bicicleta?
Noah – Eu vou.
Papai – Muito?
Noah – Muito!
Papai – Vai andar de bicicleta com o papai?
Noah – Não, vou andar sozinho.
Papai – Sozinho? Você é muito esperto
Noah – Sou esperto. Você é esperto não.
Pois é. Fui demitido cedo do cargo de super pai.
Mayra estava ajustando o chuveiro para dar banho no Noah.
Mamãe – Tem que pegar uma toalha para o Noah.
Papai – Eu pego
Noah – Eu pego
Papai – Tó, leva para a mamãe.
Noah – Mamãe, eu pegueu.
Comprei uma nova máquina de cortar o cabelo, para evitar ficar raspando e fui testar:
Papai – Noah, olha o cabelo do papai. Ficou bonito?
Noah – Não, ficou feio.
Papai – Quer que papai faça igual no seu cabelo?
Noah, com cara de choro – Não, é feio.
Ao menos é sincero.
Fico imaginando como soa na cabecinha dele as coisas que fala.
Mamãe – Vamos tomar banho?
Noah – Eu quero a bunheira.
Mamãe – O que ele falou?
Papai – A banheira.
Mamãe – A bunheira?
Noah, com cara e voz de bravo – Não, não é a bunheira.
Mamãe – É o que?
Noah – A bunheira.
O banho teve que esperar nossas gargalhadas, tadinho.