Sou viciado na (ou seria “em”?) Avenida Paulista! Me espanta que um lugar tão antigo e ocupado ainda tenha construções, esteja crescendo. Engraçado que ao gostar tanto de passear pela avenida enxergo beleza em tudo quanto é lugar, até na armação de aço que deve virar uma coluna. Essa aí foi no último sábado, quando participei de mais uma FotoJornada.
A Avenida Paulista ainda é símbolo de poder e riqueza de São Paulo, sejam pelos bancos que ainda mantém escritório por lá ou pela sede da FIESP, que já foi bem mais poderosa. Há belos prédios e também contrastes. Mesmo na capital do estado mais rico de nosso país há pobreza espalhada pelas ruas e muita dificuldade para se conseguir amparo. Difícil imaginar que o melhor que esse morador de rua consegue é dormir na calçada, em frente a uma igreja fechada. Não é algo que ocorre apenas em São Paulo, passear à noite pela ilha de Manhattan é enxergar moradores de rua pelas escadas das igrejas.
O belo também tem vez, nesse dia uma escola de dança resolver fazer algumas performances na rua. Gostei bastante do efeito de asa de anjo que as saias rodadas fizeram nessa foto. Outros colegas das FotoJornada conseguiram fotos ainda melhores dessa galera.
Belo, feio, trabalho e descanso. Sábado pela manhã é complicado para todo mundo, principalmente para quem trabalha duro. Nada como tirar um cochilo enquanto espera a vida acontecer, a próxima instrução chegar. Essa cena me lembra dos dias de trabalho em feira livre, quando dormia na calçada de madrugada esperando o caminhão do meu pai chegar para começar a armar a barraca de peixe. Vida dura.
E para fechar, nada como o balé dos limpadores de fachadas. Quem já me viu em parque de diversões sabe que eu morreria de fome se precisasse subir em um lugar desses. Aliás, morreria queimado se tivesse que atravessar essas passarelas que ligam um prédio ao outro. Confesso que até hoje penso que deveria ter me mudado para a Avenida Paulista ou região, mas os preços atuais não me animam mais a fazer isso.
